Uso de medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro por pacientes com obesidade tem que ser contínuo
Conhecidos como canetas emagrecedoras, novos medicamentos de aplicação subcutânea para o tratamento da obesidade têm chamado atenção do público em geral com promessas de resultados eficientes de perda de peso. Entretanto, os estudos científicos mostram que esses novos fármacos só garantem efeito enquanto estiverem sendo utilizados.
No final do ano passado, um estudo publicado na revista científica Journal of the American Medical Association mostrou a necessidade de uso continuado do Mounjaro (tirzepatida). No total, 670 participantes receberam por nove meses as doses máximas seguras do medicamento, e tiveram perda média de 20% do peso corporal.
Após esse período, alguns voluntários tiveram sua medicação substituída por placebo. Entre esse grupo houve, nos três meses seguintes, um reganho de 14% do peso, enquanto aqueles que continuaram o tratamento com o remédio tiveram uma perda adicional de 5% da massa corporal inicial.
Em 2022, 9% dessa população tinha índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30 kg/cm², o que configura obesidade. Já em 2023, esse percentual subiu para 17,1%. Atualmente, mais da metade da população brasileira (56,8%) está com excesso de peso, uma soma de pessoas com sobrepeso e com obesidade.
O uso destes produtos é seguro?
Embora sejam relativamente seguros, alguns pacientes podem experimentar efeitos adversos. Enjoos, desconforto gastrointestinal e vômitos são os mais comuns. Em alguns casos esses sintomas podem ser controlados, mas em outros é preciso interromper o seu uso. Um estudo recente aponta que a melhor alternativa para amenizar os efeitos do reganho de peso é combinar o tratamento com a prática de atividades físicas.
Pesquisadores dinamarqueses conduziram um estudo clínico com cerca de 100 voluntários divididos em quatro grupos diferentes submetidos por um ano ao tratamento ou com liraglutida (princípio ativo do Saxenda) ou com exercício físico ou com o remédio e atividade física combinados ou placebo. Terminado esse período, passaram por mais um ano de acompanhamento.
Os medicamentos devem ser usados em conjunto com exercícios e atividades físicas. Não existe milagre.
Os resultados finais mostram que, além de promover resultados mais significativos durante o tratamento, a combinação dos exercícios com atividade física também garantiu uma retenção mais prolongada da perda de peso. Mais voluntários desse grupo mantiveram uma redução de no mínimo 10% do peso inicial se comparado aos que receberam placebo ou liraglutida.
Conclusão
Uma coisa que protege contra a falência do tratamento contra a obesidade é a prática de exercício. Por isso, para os especialistas, o advento das novas drogas não elimina nem substitui os métodos mais tradicionais de combate à obesidade, principalmente a busca por um estilo de vida menos sedentário, uma reeducação alimentar e principalmente, atitude.
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fonte: SBVC – Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo