Dipirona, nimesulida e mais: por que eles são proibidos em certos países e liberados no Brasil?

No exterior, o acesso a determinados medicamentos pode ser bastante limitado.

Nem tudo o que é permitido no Brasil é liberado em outros países.

Por isso, ao viajar para fora é fundamental levar o famoso ‘kit farmácia’, além de receituários médicos, e verificar as regulamentações do país de destino se você tem algum problema de saúde que exija o uso de medicamento contínuo.

Dipirona, nimesulida e mais: A liberação de medicamentos pode variar de país para país de acordo com:

A liberação de medicamentos pode variar de país para país de acordo com:

  • Diferenças entre órgãos regulatórios
  • Critérios de avaliação
  • Legislações específicas
  • Avaliações de risco-benefício
  • Disponibilidade de alternativas terapêuticas
  • Variabilidade genética entre pessoas de países e regiões distintas, fazendo com que existam respostas distintas a um mesmo medicamento
  • Decisões baseadas em saúde pública, considerações econômicas e políticas.

No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que segue um conjunto de normas (de segurança, eficácia, qualidade) é a responsável pela aprovação, monitoramento e revisão de estudos clínicos de medicamentos.

“Fora do país, há outras agências, a exemplo de Food and Drug Administration (FDA) e European Medicines Agency (EMA), que regulam o uso de substâncias nos EUA e Europa, respectivamente”, acrescenta Antonilêni Medeiros, coordenadora do curso de farmácia do Unipê (Centro Universitário de João Pessoa).

Dipirona, nimesulida e mais: Medicamentos proibidos lá fora

Embora vetados em alguns países, no entendimento de especialistas do Brasil, há medicamentos que são seguros, e, portanto, válidos em nosso país. Alguns deles são:

Dipirona

Anti-inflamatório com ação analgésica e antitérmica, a dipirona aqui é popular, mas proibida nos EUA, Japão, Austrália e em alguns países da Europa, informa Kauê Chinaglia, doutorando em farmacologia com ênfase em toxicologia pelo CIATox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), de Campinas (SP)Proporcionar o melhor contato sensorial do cliente com os produtos é o objetivo principal.

Ritalina®:

Medicamento de tarja preta indicado para tratar TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) e narcolepsia (um distúrbio do sono), é ilegal na Rússia, podendo o paciente ser detido, mesmo se portar receita médica.

Avastin®

O princípio ativo desse medicamento é o bevacizumabe, utilizado no Brasil, sob orientação médica, para tratar vários tipos de câncer, como o de mama.

Mytedom

Nome comercial do cloridrato de metadona é um analgésico com características semelhantes às da morfina (combate dores agudas e crônicas), mas cuja posse em território russo, de novo, é considerada crime inafiançável.

Sibutramina:

Utilizada no Brasil — a princípio com retenção de receita pela farmácia— para tratamento de obesidade, atua no sistema nervoso, aumentando a sensação de saciedade, além de acelerar o metabolismo, contribuindo para a perda de peso.

Diane® 35

Composto por acetato de ciproterona e etinilestradiol, esse remédio é autorizado em território nacional, podendo ser utilizado como anticoncepcional e para tratar acne, excesso de pelos e síndrome do ovário policístico.

Nimesulida

Receitado para alívio de dores agudas (de ouvido, garganta, dente), esse anti-inflamatório, muito consumido no Brasil teve sua venda proibida em países como EUA, Japão, Canadá, Espanha e nunca foi autorizado no Reino Unido e na Alemanha. Vários estudos apontam que ele é tóxico para o fígado e pode matar.

Clobutinol

É um fármaco utilizado contra tosse seca e que acabou retirado do mercado pela farmacêutica alemã Boehringer em 2007.

Dipirona, nimesulida e mais: Fica a pergunta: É seguro usar?

Em primeiro lugar para saber se um medicamento ou substância está proibido, é possível consultar o site da Anvisa e um farmacêutico, que faz a ponte entre prescritores e usuários de medicamentos, além de ser um profissional capacitado para sanar dúvidas e orientar o paciente.


As campeãs de proibição sobretudo são as substâncias emagrecedoras sem comprovação de ação (incluindo algumas fórmulas fitoterápicas, obtidas de plantas medicinais ou de derivados), além de suplementos que prometem curas e milagres para a saúde. E é importante frisar que, muitas vezes, substâncias que já têm liberação para uso fora do país e precisam passar pelo crivo da regulamentação brasileira.

Referências:

Nimesulida
Sibutramina
Descongestionante nasal

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